O prefeito Mazinho Leite acredita que era o alvo |
O prefeito de Cândido Mendes, José Ribamar Leite de Araújo (PSB), mais
conhecido como Mazinho Leite, disse ontem que está convencido de que
escapou de ser assassinado, no atentado ocorrido na manhã da última
sexta-feira (21), ocasião em que foi executado a tiros o secretário de
Saúde do município, Rolmerson Robson, de 54 anos.
Mazinho Leite acredita que era o verdadeiro alvo dos pistoleiros, que
assassinaram Rolmerson Robson a tiros, em uma emboscada quando dirigia
pela estrada que liga a sede do município ao povoado Águas Belas.
“Tudo
indica que a trama deles era para me matar, e não o Rolmerson Robson”,
declarou Mazinho Leite, na manhã de ontem, durante o velório do
secretário municipal de Saúde, em São Luís, na Central de Velórios da
Pax, na Rua Grande.
Mazinho Leite disse que vem sendo perseguido pelo grupo da candidata
derrotada nas eleições de 2012, Alexsandra Viana Pereira (PSDB). Ele
contou que, há seis meses, aconteceu um incêndio criminoso em uma
fazenda de sua propriedade, localizada a 17 quilômetros da sede de
Cândido Mendes.
“Depois disto, aconteceu um fato pior: o lavrador
Edson Garimpeiro, aliado de nosso grupo político, foi abordado por duas
pessoas, que se encontravam em uma motocicleta, e contra ele dispararam
cinco tiros. Garimpeiro não faleceu, mas ficou com seqüelas: perdeu a
visão do lado direito e ficou sem audição”, revelou Mazinho Leite.
Ele
acrescentou que Edson Garimpeiro está arrolado como testemunha em um
processo relacionado às eleições de 2012 e uma outra testemunha deste
mesmo processo, conhecida como Iranilde, recebeu em seguida uma ameaça
por telefone: “Já aconteceu com Garimpeiro e a próxima vítima vai ser
você. Te prepara!”
Sobre o atentado ocorrido às 10 horas da manhã
da sexta-feira passada, tudo indica que os pistoleiros não viram o
momento em que o prefeito Mazinho Leite saiu do carro, ficando ao
volante o secretário Rolmerson Robson, que estava acompanhado de sua
esposa, advogada Edna Andrade, e de outro homem, identificado como Nei,
que seria um funcionário contratado da prefeitura.
Mazinho Leite e
Rolmerson Robson tinham ido juntos ao povoado Águas Belas, e o prefeito
resolveu permanecer neste povoado. Segundo testemunhas, o secretário
estava em seu veículo, uma Hilux prata, quando foi abordado por duas
pessoas em um Fiat Strada de cor prata. O crime aconteceu a dois
quilômetros da sede de Cândido Mendes, na estrada vicinal que liga o
povoado Águas Belas ao município de Governador Nunes Freire.
Vários disparos de arma de fogo foram efetuados contra o carro da
vítima. Rolmerson Robson ainda foi levado para o Hospital de Governador
Nunes Freire, mas não resistiu. Ele foi morto com três tiros: um no
ombro, no pescoço e na nuca. O corpo dele foi removido para o Instituo
Médico Legal (IML), em São Luís, para ser realizado exame cadavérico e
balístico.
“Rolmerson estava saindo de Cândido Mendes, em sua
Hilux prata, quando aconteceu o atentado. Mas na verdade era eu que eles
queriam matar”, afirmou o prefeito Mazinho Leite. Ele informou que irá
solicitar audiência com a governadora Roseana Sarney, para pedir
garantia de vida, a elucidação do assassinato de Rolmerson Robson e a
punição dos culpados.
Um
clima de comoção marcou o sepultamento de Rolmerson Robson, ontem à
tarde, em São Luís, no Cemitério do Gavião. Uma multidão compareceu ao
velório e ao enterro, realizado com a presença de uma legião de
familiares e amigos da vítima do atentado ocorrido na manhã de
sexta-feira.
Natural do município de Turiaçu, onde nasceu no dia
18 de fevereiro de 1960, Rolmerson Robson, de 54 anos, pai de cinco
filhos, era secretário de Saúde do município de Cândido Mendes desde
janeiro de 2013. Farmacêutico bioquímico, ele trabalhava há vários anos
como administrador de Saúde Pública. Foi secretário municipal de Saúde
do município de Presidente Dutra, na gestão da prefeita Irene Soares;
foi secretário-adjunto de Barreirinhas, na gestão do prefeito Milton
Dias Rocha Filho, o Dr. Miltinho.
Casado com a advogada Edna Maria
Cunha de Andrade, Rolmerson Robson era presidente da Sociedade
ProCulura de Turiaçu, entidade mantenedora da Escola Robson Campos
Martins, fundada por seu pai. Rolmerson também era secretário de
Relações Exteriores da Grande Loja do Estado do Maranhão.
“Ele não
tinha inimigos, nem tinha dívidas com ninguém. Ele era um intelectual,
que adorava cantar; era professor por excelência. Gostava de receber os
amigos em sua casa. A palavra alegria define tudo o que ele foi em
vida”, afirmou a viúva, inconformada com a morte trágica do marido.
Rolmerson
Robson foi velado, desde a noite de sexta-feira, na Central de Velórios
da Pax União, na Rua Grande, em São Luís. O sepultamento aconteceu no
final da tarde de ontem, no Cemitério do Gavião, na Madre de Deus.
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